Com a época finalizada para o Benfica, o ambiente no seio da família benfiquista está carregado de apreensão. O significativo investimento no plantel resultou apenas na conquista da Supertaça, um feito que, para os exigentes adeptos encarnados, é insuficiente.
"Fica o Di María e então o Rollheiser, o Schjelderup, o Prestianni, o Neres, o Tiago Gouveia?", questiona antigo dirigente das águias António Carraça.
Esta situação gerou um clima de descontentamento e coloca o clube lisboeta numa encruzilhada crucial, e com a preparação para a próxima época em curso, várias questões permanecem sem resposta na Luz.
Uma das maiores dúvidas dos adeptos do emblema lisboeta está na continuidade, ou não, de Ángel Di María. O regresso do internacional argentino gerou grandes expectativas, mas o seu futuro no clube é agora incerto.
Durante uma recente entrevista realizada no Benfica Campus, Rui Costa fez o balanço de uma época que ficou aquém das expetativas e abordou este tema, prometendo uma decisão em breve.
"Para a semana iremos ter uma reunião com o representante do Di María, onde iremos perceber se continua mais um ano ou não. Não consigo dizer hoje se fica ou não fica", começou por revelar o líder máximo das águias.
"Temos essa esperança, mas para o início da próxima semana teremos uma reunião decisiva para decidir isso", acrescentou ainda Rui Costa.
Sobre este assunto, António Carraça, antigo diretor geral do Benfica, tem uma visão clara no que à situação de Di María na Luz diz respeito.
"Eu acho que era importante para o Benfica que Di María não ficasse. Seria bom o Di María não ficar porque eu acho que o ciclo do Di María claramente que terminou no Benfica, começou por defender o agora comentador, em declarações no Canal11.
"Deu muito ao Benfica, é um jogador que continua a ter um talento e capacidades, mas entendo uma equipa como equipa, em que todas as peças têm uma função e têm um trabalho a desenvolver", explicou Carraça.
O ex-dirigente encarnado defende que o clube deveria encerrar o ciclo de Di María, uma vez que manter o jogador argentino pode não ser a melhor estratégia para o futuro do Benfica, considerando a necessidade de dar espaço aos jovens talentos do plantel.
"E depois há outra questão que tem que ver com esta indústria. Fica o Di María e então o Rollheiser, o Schjelderup, o Prestianni, o Neres, o Tiago Gouveia?", questionou o antigo dirigente do Benfica.
"Estamos a falar de jovens jogadores que têm de ser potenciados. Têm de criar espaço de intervenção e de evolução para que eles possam gerar mais-valias ao Benfica", observou Carraça.
Nesta senda, o agora comentador do canal oficial da Federação Portuguesa de Futebol, não desarma da sua posição e antes de terminar voltou a frisar que, na sua opinião, a melhor opção para o emblema lisboeta seria deixar sair o extremo argentino.
"Do meu ponto de vista, o bem maior é a equipa, o Benfica e nessa lógica é que Di María não faz sentido renovar", justificou, antes de antever o que poderá acontecer, ou não, caso o campeão mundial continue a envergar a camisola encarnada.
"Vai continuar tudo exatamente na mesma", rematou António Carraça.