"Paz pré-estival? O Benfica tem que agradecer a Pinto da Costa, claramente"

"O que transparece do momento do Benfica são apontamentos pouco mais do que burocráticos", comentou Leonor Pinhão.

Com apenas esta vitória na bagagem, o clube da Luz enfrentou uma época marcada por desafios internos e pressões externas, culminando em decisões controversas que deixaram os adeptos divididos.

Rui Costa, presidente do Benfica, optou por manter Roger Schmidt no comando técnico para a próxima temporada, uma decisão que gerou opiniões divergentes entre as figuras ligadas ao clube.

Apesar do descontentamento dos adeptos, Rui Costa decidiu apostar na continuidade do técnico alemão, confiando na sua capacidade de reverter a situação.

Esta decisão foi tomada num contexto de pressão e descontentamento após uma temporada que não cumpriu com as expectativas.

O líder máximo das águias enfrentou também problemas legais, sendo associado a um esquema fraudulento relacionado com o período em que Luís Filipe Vieira era presidente do Benfica e Rui Costa um dos seus principais colaboradores. Esta ligação fez agitar as águas da Luz e trouxe um nível adicional de escrutínio sobre a sua liderança.

"O momento do FC Porto é de tal modo avassalador em novidades quase diárias"

Leonor Pinhão, conhecida adepta do Benfica, partilhou as suas reflexões sobre a temporada na coluna de opinião que assina no jornal 'Record'.

Pinhão destacou que, apesar da frustração desportiva que marcou a época, o clube lisboeta tem conseguido escapar às críticas mais duras da comunicação social.

"O Benfica tem passado por este defeso sem sofrer, às mãos dos desapiedados jornalistas, as frechadas devidas pelo colapso desportivo mais caro da sua História", começou por comentar a respeitada adepta das águias.

Leonor argumenta que a relativa tranquilidade na imprensa não resulta de um carinho especial ou compreensão pelas frustrações do Benfica, mas sim de uma falta de espaço nos jornais e televisões, ocupados com outros temas desportivos mais prementes.

"Não se pense que esta paz relativa nos jornais e nos ecrãs de televisão no que toca aos grandes temas da Luz é resultado de um carinho ou de uma compreensão amorosa das frustrações encarnadas em 2023/24. É exclusivamente por falta de espaço que o Benfica, desde que a época terminou, tem sido poupado à inclemência da critica interna e externa", explicou.

Segundo a opinião da conhecida sócia das águias, o que está a passar, dos bastidores da Luz para a esfera pública, são problemas 'burocráticos', nada que preocupe a massa associativa encarnada.

"O que transparece para a praça pública do momento do Benfica são apontamentos noticiosos pouco mais do que burocráticos, nada de exaustivo que cole os benfiquistas às redes sociais, aos jornais e aos debates televisionados. Porquê? Porque não há espaço", explicou.

Uma das razões para a relativa calma mediática que o Benfica tem experienciado deve-se à situação tumultuosa vivida pelo FC Porto. Leonor Pinhão argumenta que os problemas no Dragão desviaram as atenções da Luz.

"A quem deve o Benfica agradecer esta paz pré-estival? A Jorge Nuno Pinto da Costa, obviamente. O momento do FC Porto é de tal modo avassalador em novidades quase diárias que não há lugar para que se falasse das menoridades relativas a outro emblema", frisou Pinhão.

"Menoridades, sim, porque tudo é menor, em termos de impacto na opinião pública, em comparação com o estado em que a direção do FC Porto e a administração da SAD entregaram, a muito custo, as responsabilidades do poder aos vencedores das eleições de abril", acrescentou.

A situação financeira precária do FC Porto, deixada por Jorge Nuno Pinto da Costa, que incluiu apenas 8 mil euros nos cofres do clube, contribuiu, na opinião da sócia encarnada, para que a imprensa focasse mais a sua atenção no clube da Invicta.

"Sem esquecer o picante pormenor revisteiro dos oito mil euros à ordem na conta do banco. Perante isso, concordem, não há espaço para muito mais", rematou Leonor Pinhão.

Com a temporada 2023/2024 agora encerrada, o Benfica entra num período de preparação crucial para a próxima época. As expectativas são altas, e a pressão sobre Rui Costa e Roger Schmidt será intensa. A continuidade de Schmidt será posta à prova, e as decisões tomadas durante este período de defeso serão determinantes para o futuro do clube.

A manutenção de Roger Schmidt pode ser vista como um voto de confiança, mas também como uma aposta arriscada num contexto de elevada exigência.

O Benfica encerra a temporada 2023/2024 com um misto de frustração e esperança. A decisão de Rui Costa de manter Roger Schmidt no comando técnico é controversa, dividindo opiniões entre os adeptos e figuras ligadas ao clube.

A estabilidade e sucesso desportivo do Benfica na próxima época dependerão, em grande parte, da capacidade de Schmidt em reverter a maré e entregar os resultados esperados.

Com os problemas internos e externos ainda a pairar sobre o clube, a próxima temporada será decisiva para definir o rumo do Benfica nos anos vindouros.