A recente conquista do campeonato pelo Sporting Clube de Portugal, sob a liderança de Rúben Amorim, trouxe uma onda de celebração a Alvalade, marcando o segundo título nacional em quatro anos para os leões.
No entanto, este sucesso reacendeu uma antiga controvérsia entre os adeptos leoninos, a direção do clube e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre o número exato de campeonatos que devem ser creditados ao Sporting.
A FPF, entidade que regulamenta o futebol em Portugal, reconhece oficialmente que o Sporting foi campeão nacional em 20 ocasiões.
No entanto, os adeptos do clube, juntamente com antigos e atuais dirigentes, argumentam que o Sporting deve ser reconhecido por 24 títulos.
Esta diferença remonta ao período anterior à criação do Campeonato Nacional da Primeira Divisão, onde o Campeonato de Portugal era considerado a principal competição de futebol em Portugal.
Os sportinguistas defendem que os títulos conquistados durante essa época também devem ser contabilizados como campeonatos nacionais.
Recentemente, a Assembleia Municipal de Lisboa (AML) pronunciou-se sobre esta questão, reconhecendo que o Sporting tem, efetivamente, 24 títulos de campeão nacional, contrariando a posição oficial da FPF.
Sobre esta decisão pronunciou-se Diamantino Miranda. O antigo internacional português não foi brando nas palavras e criticou duramente a decisão da AML, considerando-a uma "brincadeira de mau gosto".
Em declarações na CMTV, o ex-jogador do Benfica questionou a legitimidade da Assembleia Municipal para interferir em assuntos de desporto, especialmente quando as instâncias oficiais do futebol têm uma posição clara sobre o assunto.
"Se quem gere o futebol, que é a Federação Portuguesa de Futebol, faz Assembleias Gerais de que não é assim…", começou por comentar Miranda.
Para o agora comentador desportivo, respeitar as decisões do órgão que tutela o futebol é fundamental para manter a ordem e a credibilidade das competições, tendo ainda comparado a situação leonina com a de um cidadão que tenta evitar uma multa policial.
"Então quando um polícia vier para me multar, eu posso dizer que não quero ser multado", ironizou, ilustrando a sua visão sobre a importância de acatar as decisões das entidades competentes.
Miranda também destacou que o número de títulos, seja 20 ou 24, não altera a grandeza do clube de Alvalade. "Ter 24 ou ter 20 não faz o clube maior por causa disso. Acho isto uma brincadeira", enfatizou.
O reconhecimento dos 24 títulos foi votado por unanimidade na Assembleia Municipal de Lisboa, evidenciando a convicção dos deputados sobre a questão.
Apesar disso, a competência da Assembleia para decidir sobre o número de títulos de um clube de futebol foi questionada por muitos, incluindo Miranda.
"Tem algum mal? Desde que sejam os 24 títulos para o Sporting qual é o mal que tem? Se é na Assembleia Municipal? Mal seria se dissessem que não", finalizou o antigo internacional português, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
A decisão da Assembleia Municipal é vista por muitos como uma tentativa de satisfazer o orgulho dos sportinguistas e reforçar a identidade histórica do clube.
No entanto, a FPF mantém a sua posição oficial, reconhecendo apenas os 20 títulos e não mostrando intenções de alterar esta contagem.
A direção do Sporting, por sua vez, tem se mostrado firme na defesa dos 24 títulos. Esta contagem inclui campeonatos conquistados na Primeira Liga e competições anteriores ao formato atual.
A posição do clube lisboeta baseia-se na valorização da sua história e no reconhecimento das competições passadas como equivalentes ao campeonato nacional.