O Benfica conquistou uma vitória apertada por 2-1 sobre o Toulouse na primeira mão do playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, mas a exibição cinzenta da equipa de Roger Schmidt gerou insatisfação e múltiplas críticas, tanto nas bancadas da Luz como fora delas.
"Fiquei admirado com a exibição do Benfica", diz antigo capitão do Benfica.
Os encarnados alinharam com duas alterações no onze inicial para a receção aos franceses, com Álvaro Carreras e Arthur Cabral a ocuparem o lugar de Morato e Bah.
No entanto, as escolhas do treinador alemão não foram bem recebidas pelos adeptos na Luz. A substituição de Arthur Cabral por Marcos Leonardo foi especialmente contestada, assim como a saída do reforço de inverno Carreras, resultando em assobios expressivos por parte dos adeptos presentes na Luz.
Em contraste, no mesmo momento da saída do lateral esquerdo espanhol, o speaker da Luz anunciou também que o internacional português João Mário iria deixar o relvado, o que levou os adeptos benfiquistas a aplaudirem a decisão de Roger Schmidt.
Fora do campo, surgiram críticas contundentes a Roger Schmidt, com João Alves, antigo capitão do Benfica, a expressar desagrado pela exibição da equipa encarnada.
Em declarações à RTP 3, o antigo jogador português considerou a atuação do Benfica "muito irregular", especialmente no meio-campo, onde apontou a falta de destaque de Orkun Kökçü.
"Fiquei admirado com a exibição do Benfica. Foi muito irregular. Kökçü passou completamente ao lado do jogo, o Benfica no meio-campo não esteve bem e teve que ver com isso", começou por dizer o 'luvas pretas'.
O antigo capitão encarnado destacou João Neves como um ponto positivo nas águias, mas salientou a necessidade de melhorias em vários aspetos.
"O João Neves continua a ser realmente o baluarte daquele setor mas realmente o Benfica precisa de mais, nota-se perfeitamente que o Benfica é melhor"
Segundo João Alves, as dúvidas evidentes de Roger Schmidt refletem-se no rendimento da equipa, tendo ainda sublinhado que o treinador precisa de encontrar soluções para o desempenho instável do Benfica.
"Os treinadores estão lá no seu papel para ver o que está a faltar, porque é que as coisas não andam, não funcionam. E na verdade, nota-se que há situações no Benfica em que o treinador tem dúvidas e isso também se transmite à equipa", observou.
"A equipa tem de ser melhorada em vários aspetos e o papel dele (Roger Schmidt) é esse", acrescentou o ex-jogador.
Os três golos do jogo também foram alvo de críticas por parte de João Alves, que os classificou como "para rir". O golo sofrido pelo Benfica, em particular, foi descrito como resultado de uma jogada confusa, onde a bola "andou aos saltos" na área.
"Três golos para rir, como se costuma se diz na gíria futebolística, três golos que parecem os infantis a jogar, não parecem golos de futebol profissional, de alta competição", frisou.
"A bola andou aos saltos, toda a gente a olhar para a bola a ver quando e quem é que conseguia tirar a bola da área e houve o empate. Mesmo os penáltis são lances de jogadores de pouca categoria para estar a este nível", rematou João Alves.