A União Soviética entrou para a história como a primeira campeã europeia de futebol, em 1960, ao arrebatar a então Taça da Europa das Nações, após uma final com a Jugoslávia, resolvido no prolongamento (2-1).
Em França, escolhida muito por culpa de Henri Delaunay, que muitos anos antes, em 1927, tinha proposto a ideia à FIFA, os soviéticos impuseram-se no Parque dos Príncipes, em Paris, perante apenas 17.977 espetadores.
O ‘herói’ da primeira final acabou por ser o jovem avançado Viktor Ponedelnik, de 23 anos, que foi o autor do tento da vitória do conjunto comandado por Gavril Katchalin, a sete minutos do final do tempo extra.
O triunfo da URSS, que contava na baliza com Lev Yashin - um dos melhores guarda-redes de ‘todos os tempos’ -, não foi nada fácil, com os jugoslavos a chegaram ao intervalo na frente, graças a um golo de Milan Galic, aos 41 minutos.
Na segunda metade, com apenas quatro minutos decorridos, Slava Mestreveli restabeleceu a igualdade, que durou até aos 113 minutos, quando Ponedelnik resolveu.
O avançado do SKA Rostov-on-Don já tinha marcado nas meias-finais, quando apontou, aos 66 minutos, o terceiro tento da União Soviética face à Checoslováquia (3-0), após um ‘bis’ de Valentin Ivanov (34 e 56 minutos).
Numa competição em que só entraram na qualificação 17 países, a URSS chegou à fase final por desistência da então favorita Espanha: o ditador Franco impediu os soviéticos de entrar o país para disputar a eliminatória, então a duas mãos.
Por seu lado, a Jugoslávia teve grandes dificuldades para bater a anfitriã França e chegar à final, num embate espetacular, em que foram marcados nove golos - recorde num só jogo em fases finais do Europeu.
O conjunto de Aleksandar Tirnacic adiantou-se no marcador, logo aos 11 minutos, por Galic, mas a França virou antes do intervalo, com tentos de Jean Vincent, aos 12, e François Heutte, aos 43.
Os gauleses chegaram a dois golos de vantagem aos 52 minutos, com um golo de Maryan Wisnieski, os jugoslavos reduziram quase de imediato, aos 55, por Ante Zenetic, mas Heutte ‘bisou’ e repôs o avanço, aos 62.
A formação jugoslava recusou-se, porém, a desistir e marcou três golos em três minutos: Tomislav Knez reduziu, aos 75, e Drazen Jerkovic marcou mais dois golos de ‘rajada’ (77 e 78), selando o 5-4 final.
Os gauleses foram, assim, relegados para o jogo da ‘frustração’ – viria a desaparecer do calendário após a edição de 1980 -, que perderam para a Checoslováquia, vencedora por 2-0, perante míseros 9.438 espectadores.
Numa fase final a quatro, como aconteceu nas quatro edições seguintes, foram marcados 17 golos, em quatro jogos (4,25 tentos por encontro), tendo ‘bisado’ Ponedelnik e mais quatro jogadores, nas cidades de Paris e Marselha.